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10:17 PM
Philips anuncia monitor com suporte ao G-sync da Nvidia, entenda por que isso faz diferença
philips--monitor

Quando Dark Souls finalmente ganhou uma versão para PC, a reação negativa foi imediata e o port ganhou a fama de ser um dos piores já produzidos (embora o jogo em si seja excelente). Ironicamente, a raiz do problema não estava em algum erro cometido pela From Software: excetuando-se algumas questões de controle, Dark Souls para PC é essencialmente o mesmo jogo que a versão para consoles. A diferença está no público de gamers de PC, que costuma ser muito mais exigente quando o assunto é qualidade gráfica e desempenho. Essas mesmas expectativas também abriram caminho para uma série de produtos de nicho. Mas será que algo tão específico quanto um monitor para gamers pode fazer diferença para o público em geral? Se estivermos falando do 272G5DYEB, que a Philips acaba de anunciar na CES, tudo indica que sim. A razão por trás disso é a presença de uma nova tecnologia da Nvidia, o G-sync.

Para que uma imagem apareça na tela do computador, ela precisa passar por pelo menos dois estágios: o processamento pela placa de vídeo e a iluminação pelo monitor. A questão é que esses dois estágios não são sincronizados. A GPU sempre envia a imagem no menor tempo possível que seu hardware permite, enquanto o monitor trabalha com intervalos fixos de atualização do conteúdo exibido, como 60 ou 120 vezes por segundo. Dessa diferença entre o "refresh rate” da tela e o "frame rate” da placa de vídeo surgem defeitos visuais como a fragmentação da imagem.

No esquema acima, um monitor imaginário renova seu conteúdo 26 vezes por segundo, mas a GPU demora mais ou menos para enviar os dados de acordo com a complexidade da cena. O desencontro entre os dois faz com que dois frames apareçam ao mesmo tempo na tela.

Um exemplo prático de corte durante o jogo Dead Rising.

Até agora, a maneira mais comum de se evitar esse tipo de problema é o uso do recurso V-Sync. Essencialmente, o V-sync força a placa de vídeo a esperar o final de um ciclo de atualização do monitor para enviar um novo frame. Dessa maneira, não há a possibilidade de dois frames aparecerem na tela ao mesmo tempo, mas há um efeito colateral: repetição de frames. Por exemplo, se a GPU demorar mais para renderizar um frame do que o monitor demora para renovar a tela, o frame seguinte terá que esperar o próximo ciclo para ser renderizado, o que faz com que o monitor exiba novamente o mesmo conteúdo exibido no ciclo anterior.

Como existe uma variedade imensa de técnicas de renderização, engines gráficas e estilos visuais, criar uma placa de vídeo capaz de manter a mesma taxa de frames em todas as situações é uma tarefa quase impossível. Por essa razão, a Nvidia voltou sua atenção para os monitores.

O V-sync limita a taxa de frames enviados pela GPU a um número múltiplo da taxa de atualização do monitor. Um GPU pareada com um monitor de 60 Hz, por exemplo, trabalharia com 30 FPS ou 60 FPS.

Além do intervalo de tempo que um monitor demora para desenhar uma tela inteira, existe um pequeno ínterim entre a exibição da última linha de um frame e a primeira linha do seguinte. Chamada de vertical blanking, essa lacuna é uma relíquia dos tempos do CRT, quando o display precisava de um intervalo de tempo para reposicionar os raios que iluminam a tela. As telas de cristal líquido atuais não têm essa mesma limitação, o intervalo só é mantido para não quebrar os padrões estabelecidos pelos equipamentos mais antigos.

O segredo do G-sync consiste em a manipular esse intervalo para sincronizar GPU e monitor. Simplificando, ele faz o oposto do V-sync: trata-se de forçar o monitor a esperar a renderização do frame antes de começar o processo de iluminação. Como é a GPU que determina quando cada frame vai aparecer, não há mais a possibilidade de que o monitor exiba o mesmo frame duas vezes ou misture mais de um frame em um único ciclo de atualização. Claro, isso não quer dizer que o lag é eliminado. Caso a GPU não seja potente o suficiente para uma determinada cena, o jogador ainda vai notar a queda na taxa de frames. A diferença é que o ciclo de atualização do monitor também fica mais longo para se acomodar à situação.

gsync

Contudo, supondo uma situação na qual a GPU é capaz de entregar 60 frames por segundo, as vantagens do G-sync se tornam óbvias. As animações ganham um aspecto muito mais natural e a apresentação geral do jogo se torna muito mais consistente. Isso pode parecer pouco, mas qualquer melhora nessa área é imediatamente perceptível. Fãs de jogos de luta, por exemplo, passam horas discutindo conceitos como "frames de invencibilidade” e "cancelamento de animação”. A consistência com que a máquina é capaz de processar os movimentos dos personagens é da maior importância para esse público.

Mas o fato mais interessante aqui é que uma empresa de peso está se movimentando para integrar melhor os componentes responsáveis pela experiência visual. Melhorar a fluidez das animações que aparecem na tela dos eletrônicos é o tipo de benefício sutil que quase não se percebe, mas que faz toda a diferença na hora de usar o aparelho. Como a Nvidia tem investido muito na produção de componentes para tablets, não é difícil imaginar que essa iniciativa logo alcance os tablets.

Ainda assim, é bom lembrar que o G-Sync ainda está em uma fase incipiente e a mudança que ele introduz nos monitores é um tanto dramática. Não estamos falando de uma simples solução de software, mas de uma placa inteira que precisa ser instalada no display. As consequências disso são óbvias nas especificações do 272G5DYEB: ele é um display Full HD de 27″ e uma taxa de atualização impressionante de 144 Hz, mas você só vai poder aproveitá-lo com cabos DisplayPort 1.2. O preço de 649 dólares também não é dos mais agradáveis.

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